Vila dos Mellos
São Paulo - SP, 2018
Projeto Premiado
Montagem
Implantação
Térreo
Pavimento superior
Corte transversal
Corte longitudinal
Memorial
A proposta para o Condomínio Vila dos Mellos, descrita no Edital deste concurso, traz, em si, valores e conceitos fundamentais, que nos serviram de base para a elaboração da proposta arquitetônica dos habitats:
A ideia de uma arquitetura livre, não dogmática, implantada sem barreiras no campo, formando um conjunto com as outras unidades e a natureza. Também é premissa bem vinda a demanda por uma construção compacta, baseada em sistemas industrializados e componentes padronizados, racionalizando prazos, custos e o diálogo com os futuros compradores (e também futuros moradores) do condomínio.
Para dar forma a este conceito de habitat, imaginamos uma estrutura capaz de oferecer grande potencial de adaptabilidade e transformação; que consiga acolher não só o programa inicial proposto (60 m2) e sua ampliação (atingindo 75 m2), mas que vá além, permitindo novas adições e variações – que ocorrerão dentro do volume e da estrutura inicialmente proposta – conferindo flexibilidade e versatilidade à proposta arquitetônica.
Para que isso seja possível, propomos duas operações “casadas” na estrutura básica do habitat: reduzir sua projeção e ampliar o seu volume. Com isso, diminuímos também a área ocupada da construção no terreno, ao mesmo tempo em que ganhamos potencial construtivo interno. Esta compactação traz outro benefício: a possibilidade de girar o volume dentro dos limites do terreno, buscando a melhor orientação solar possível, otimizando as soluções construtivas de controle bioclimático (como beirais e componentes de sombreamento da fachada).
Do ponto de vista construtivo, partimos de um grid espacial em madeira laminada colada – cujo módulo é um volume de 3 metros de lado e 2,66 metros de altura – que oferece a estrutura básica do habitat. Como resultado, o volume terá a forma de um pequeno galpão (ou silo) cúbico, formado por 4 módulos na base e outros 4 no nível superior. Destes, 5 formam o programa mínimo (sendo que um deles contém as unidades hidráulicas), deixando 3 módulos livres para futuras ampliações.
O mais importante, porém, é imaginar que o grid funciona, antes de mais nada, como o suporte espacial e construtivo do habitat, que poderá crescer e se transformar com grande liberdade, ao longo do tempo, acompanhando as variações na forma de viver dos seus moradores. O grid pode funcionar, também, como suporte de infraestrutura de energias renováveis, como painéis solares e fotovoltaicos sobre a cobertura e de captação e direcionamento de águas pluviais para reuso.
Os fechamentos são leves e padronizados, formando um envelope translúcido-transparente que faz a mediação entre ambientes internos e externos. Parte desses fechamentos são fixos, para simplificar e baratear os componentes, parte deles são móveis, para permitir aberturas para a ventilação dos ambientes. O plano da cobertura, composto por telhas metálicas termoacústicas, cria os beirais necessários para proteção da estrutura e para o controle solar da face norte. Telhas metálicas perfuradas, montadas em requadros pivotantes, completam os componentes básicos do habitat.
Além da flexibilidade de ampliação e de lay-outs internos, o uso do grid estrutural oferece também a possibilidade de variação de materiais e componentes que podem ser aplicados sobre ele, abrindo o caminho para uma gama variada (porém controlada) de produtos. Pode-se trocar planos fixos de policarbonato por vidro, ou mesmo portas de correr, dependendo do arranjo interno do habitat. O fato de todos os planos de fachada terem o mesmo módulo básico, traz racionalidade e praticidade à essa operação.
Ficha Técnica
Projeto
Vila dos Mellos
Local
São Paulo – SP
Ano de concurso
2018
Área construída
65 m2
Equipe
Vinicius Andrade, Marcelo Morettin, Marcelo Maia Rosa, Renata Andrulis
Guilherme Torres, Fernanda Mangini, Raphael Souza, Murilo Zidan, Daniel Zahoul
Estagiários
Ingrid Colares, Izabel Sigaud, Danielle Khoury, Julia Daher, Clara Troia, Simone Shimada